Sistema agroalimentar europeu não pode ficar refém da Rússia

  • Lusa
  • 22 Novembro 2022

Janusz Wojciechowski sinalizou que o foco é "ter êxito na transição verde" dos sistemas alimentares, na agricultura e fertilizantes e alertou que a UE não pode ficar refém da Rússia.

O comissário europeu da Agricultura, Janusz Wojciechowski, declarou na segunda-feira que o sistema agroalimentar da União Europeia não pode ficar “refém” de Estados como a Federação Russa, de que depende em grande medida para ter fertilizantes.

“O nosso foco a longo prazo é o de ter êxito na transição verde dos nossos sistemas alimentares, da nossa agricultura e das nossas práticas de fertilização. Isto não só por razões ambientais ou climáticas, mas também para garantir a nossa autonomia estratégica e reduzir as nossas dependências”, especificou Wojciechowski.

“Não podemos permitir que os nossos sistemas agroalimentares sejam reféns de países como a Federação Russa, que demonstraram que não são dignos de confiança”, acrescentou.

O comissário fez estas declarações durante uma reunião de ministros da Agricultura da UE, realizada em Bruxelas, na qual se discutiu a escassez e os preços elevados dos fertilizantes, no contexto marcado pela invasão russa da Ucrânia.

Comissários consideram 2023 um ano decisivo para a execução de fundo anticrise

O vice-presidente da Comissão Europeia e o comissário com responsabilidades na Economia, Valdis Dombrovskis e Paolo Gentiloni, respectivamente, consideraram ainda que 2023 vai ser um ano decisivo para a execução do fundo anticrise criado depois da pandemia.

Este fundo, que supera os 800 mil milhões de euros, foi discutido na segunda-feira nas comissões do Parlamento Europeu para os Assuntos Económicos e o Orçamento.

Dombrovskis e Gentiloni enfatizaram que este programa de investimento é “a principal ferramenta” que o bloco europeu tem para enfrentar as “múltiplas crises” com que se confronta e estão no horizonte, como a contração económica esperada para este inverno, a inflação e a crise da energia.

2023 vai ser um ano decisivo. Vamos estar a meio caminho da sua existência e mais de metade das metas e dos objetivos vão ter de estar em andamento no final desse ano”, disse o vice-presidente.

“Se é verdade que nos enfrentamos com uma contração neste trimestre e no próximo, como indicam as nossas previsões, temos que trabalhar para evitar que dure muito e para que o conseguir o Plano de Recuperação e Resiliência é o que precisamos, deve ser a nossa mensagem principal”.

Bruxelas já recebeu até agora 19 solicitações de pagamento de 13 Estados membros. No total, a Comissão Europeia já pagou 137 mil milhões de euros, entre antecipações e pagamentos ligados a reformas e investimentos, dos 600 mil milhões que os diferentes Estados já solicitaram. Tanto Dombrovskis como Gentiloni negaram a existência de quaisquer atrasos na execução dos fundos pelos Estados membros.

 

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